Em 2016, a riqueza acumulada por 1% dos mais ricos do mundo será igual ao resto da população. O que significa que 50% dos recursos mundiais ficarão apenas nas mãos de uma selecionada elite.
Os dados foram publicados hoje (19) pela organização não-governamental britânica Oxfam, um dia antes do Fórum Econômico Mundial de Davos e que justamente reúne a cúpula do planeta.
O relatório sustenta que a “explosão da desigualdade” está dificultando a luta contra a pobreza global. “A escala da desigualdade global é chocante”, disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Winnie Byanyima.
Para a ONG, essa “explosão da desigualdade” resultou após a crise de 2008. Hoje o planeta produz comida que sustentaria 3 planetas, mas a cada nove pessoas, uma passa fome.
“Apesar de o assunto ser tratado de forma cada vez mais frequente na agenda mundial, a lacuna entre os mais ricos e o resto da população continua crescendo a ritmo acelerado”, comenta Winnie.
Desigualdade
A concentração de riqueza também se observa entre os 99% restantes da população mundial, disse a Oxfam. Essa parcela detém hoje 52% dos recursos mundiais.
Porém, destes, 46% estão nas mãos de cerca de um quinto da população.
Isso significa que a maior parte da população é dona de apenas 5,5% das riquezas mundiais. Em média, os membros desse segmento tiveram uma renda anual individual de US$ 3.851 (cerca de (R$ 10.000) em 2014.
Já entre aqueles que integram o segmento 1% mais rico, a renda média anual é de US$ 2,7 milhões (R$ 7 milhões).
A Oxfam afirmou que é necessário tomar medidas urgentes para frear o “crescimento da desigualdade”. A primeira delas deve ter como alvo a evasão fiscal praticada por grandes companhias.
O estudo foi divulgado um dia antes do aguardado discurso sobre o estado da União a ser proferido pelo presidente americano Barack Obama.
Espera-se que o mandatário da nação mais rica – e uma das mais desiguais – do planeta defenda aumento de impostos para os ricos com o objetivo de ajudar a classe média.