O Justificando entrevista dessa semana está em clima de Justificannes. Conversamos com o diretor Rodrigo Siqueira do filme "Orestes", que estreia amanhã (24) em todo o Brasil. O filme retrata a ditadura militar e faz uma ligação com o momento atual da violência praticada pela polícia e o desejo de vingança dissiminado em nossa sociedade. Além disso, a obra foca nos traumas que não conseguimos resolver, nesse caso, o trauma deixado pelos tempos de chumbo.
O direitor se baseou na mitologia grega para fazer uma ligação com a sociedade atual. Na mitologia, Orestes vinga-se da morte do pai mantando a sua mãe e o seu amante Egisto. Contudo, devido a este horrendo crime de matricídio, Orestes enlouquece e é perseguido pelas Erínias até que Apollo o leva para Atenas e ele passa pelo primeiro tribunal do júri popular de que se tem notícia.
Já no filme, a história adaptada se desenvolve em torno do julgamento do Orestes brasileiro, que matou o próprio pai – um agente da ditadura militar infiltrado nos movimentos de resistência – 37 anos após vê-lo matar e torturar sua mãe.
A obra aproxima o telespectador a partir de fatos e o leva a tribunais do júri simulados, com figuras conhecidas dos tribunais do júri, como o Promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes e o Advogado e ex-Ministro da Justiça José Carlos Dias.
Até por falar do júri, da participação popular e de julgamento, para o diretor o filme também pode ser resumido em uma ideia: Democracia. O filme retrata uma necessidade de consolidação dos valores democráticos. Acho que a democracia é uma construção constante, diária – afirmou.
O filme é uma defesa da democracia ampla do primeiro minuto até o fim. É disso que se trata – completou.
Veja o trailer do filme que vai ao ar nos cinemas nessa semana: