Justificanianos e Justificanianas, se a grande mídia não diz, alguém tem que dizer algumas verdades sobre o "desastre" – ou a maior catástrofe ambiental brasileira do século XXI – na cidade de Mariana, em Minas Gerais. E esse alguém é Igor Leone, o nosso apresentador favorito das quintas-feiras.
Coisa #1 que você precisa saber
ONDE
A história por trás do rompimento da barragem é repleta de ironias. A primeira ironia é que a barragem desaguou uma lama contaminada por metais em um rio, chamado "Rio Doce". Alguns biólogos preveem que o rio se recuperará daqui a cem anos. A segunda ironia é que a barragem ficava numa mina chamada de "Mina da alegria". Faz sentido?
QUEM
Afinal, de quem é a barragem? Da empresa "Samarco", filha de um casamento entre a Vale – premiada como a pior empresa do mundo em 2011 – e a BHPBilliton, que já foi condenada no Peru e na Papua Nova-Guiné por outras catástrofes envolvendo contaminação de rios.
Coisa #2 que você precisa saber
COMO
Desde 2013, um laudo técnico encomendado pelo Ministério Público já indicava que a barragem estava condenada. Nada foi feito pela Samarco. Dois anos depois, a barragem rompeu.
Coisa #3 que você precisa saber
LINGUAGEM É TUDO
As narrativas determinam tudo.
Exemplo 1: Secretário de Estado de Minas Gerais diz que a Samarco é vítima de um rompimento. A vítima, na verdade, foi o meio ambiente e as pessoas atingidas pela tragédia.
Exemplo 2: Aécio Neves diz que agora não é hora de apontar os culpados. Não mesmo?
Coisa #4 que você precisa saber
ESTÉTICA
A estética determina qual lado você escolherá da narrativa. O governador de Minas Gerais deu sua coletiva de imprensa na sede da empresa. Tudo bem, tudo bem – talvez não haja espaço para fazer uma coletiva de imprensa onde não há estrutura alguma. Por que, então, não fazer uma coletiva na lama?
Coisa #5 que você precisa saber
INVESTIGAÇÃO
A própria empresa de segurança da Samarco investigará o que aconteceu no episódio do rompimento da barragem.
Coisa #6 que você precisa saber
COMISSÃO
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais já escolheu 15 deputados para acompanharem o desenrolar da tragédia e da investigação. Sete dos deputados tiveram suas campanhas financiadas pela empresa cuja barragem rompeu e está arrasando cidades e mais cidades no sudeste do Brasil.