Após a invasão da Polícia Militar, na manhã desta sexta-feira (4), na escola Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo, juristas e movimentos sociais expressam solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Para o Professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi, episódio é um dos mais graves dos últimos tempos – A invasão policial, sem mandado judicial, da Escola Florestan Fernandes, do MST, constitui não só um dos mais graves dos muitos episódios recentes tendentes à instauração de um regime de exceção, como a evidente tentativa de criminalizar os movimentos sociais e todos os segmentos que não concordam com os rumos autoritários que vem tomando conta do nosso país.
O advogado e ativista de direitos humanos, Renan Quinalha, expressou em suas redes sociais apoio ao movimento:
“A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do MST, que fica em Guararema|SP, é um templo da esquerda brasileira e latino-americana, realizando há anos um trabalho incrível de formação política e educação popular. Eu lá estive em, pelo menos, uma dúzia de atividades, encontros, reuniões e celebrações dos amigos da ENFF. Em todas elas, fui acolhido por companheirxs valorosxs e aprendi demais nessas oportunidades. Em tempos de ocupação de escolas pelos secundaristas por mais direitos e liberdades, não podemos permitir que a polícia invada, a tiros, com agressões e sem qualquer mandado judicial, a ENFF. Toda solidariedade ao MST!”.
Marina Ganzarolli, da Rede Feminista de Juristas, também repudiou a ação violenta da PM. “Criminalizar o movimento social é criminalizar o povo. A Rede Feminista de Juristas repudia veementemente a invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes. A DeFEMde é solidária e está à disposição do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.”
Patrick Mariano, colunista dos Justificando e membro da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP), afirmou que “a invasão policial é mais uma ação de criminalização dos movimentos populares. Solicitamos a solidariedade de todos os veículos de imprensa progressista de esquerda para que mandem jornalistas para o local, assim como entidades de direitos humanos”.
Diversos movimentos também estão expressando solidariedade e indignação, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Solidariedade ao MST, contra a criminalização dos movimentos sociais”.
Ato em solidariedade acontecerá amanhã
Organizações da sociedade civil, parlamentares e personalidades estão convocando um ato contra a Criminalização dos Movimentos Populares e em Solidariedade à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).
O evento acontecerá amanhã, 5, às 15h na própria Escola, localizada na Rua José Francisco Raposo, nº 1.140, Bairro Parateí, Guararema, SP.