Em meio a tantos duros retrocessos no cenário nacional, passou despercebido do público o fim do atual formato da Ouvidoria Externa da Defensoria de São Paulo, que tinha sua origem nos movimentos sociais e era considerado um modelo inspirador para as defensorias de outros estados.
Para explicar esse cenário para o leitor e a leitora que nos acompanham no canal do Youtube e no site, convidamos o Ouvidor Geral da instituição Alderon Costa, o qual trouxe a dimensão significativa no retrocesso de uma instituição que cada vez busca se assemelhar com outras já tão criticadas por movimentos sociais.
Para Costa, a postura da Defensoria, além de anti-ética com quem participou como protagonista de sua criação, trata-se de um grande erro estratégico, pois sem o apoio por trás das cortinas de movimentos sociais, a Defensoria Pública simplesmente não se sustenta.
“A Defensoria de SP vai fazer um divorcio com os movimentos sociais, a gente não sabe como é que vai ficar. Na minha leitura, é um dos únicos apoios que a defensoria tem hoje. Se você for olhar a defensoria, a OAB gosta da Defensoria? Não. O Judiciário? Não. MP? Também não? E o Legislativo? Então a defensoria está perdendo o que ela tinha de melhor que era a ligação direta com os movimentos sociais” – afirmou.
A entrevista também aborda as retaliações da instituição contra quem denuncia o retrocesso do fim da ouvidoria, bem como problemas cotidianos lidados pelo órgão que é a ponte entre a Defensoria Pública e a população.