Sob o título “presidente brasileiro Ernesto Geisel decide continuar execução sumária de subversivos sob certas circunstâncias”, o memorando de 11 de abril de 1974 de William Egan Colby, diretor da CIA entre 1973 e 1976, destinado ao Secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, narra o encontro entre o então presidente do Brasil, Ernesto Geisel, dois generais do Centro de Informações do Exército (CIE) e João Batista Figueiredo, então presidente do Serviço Nacional de Inteligência que mais tarde viria a ser Presidente da República, no qual Geisel ordenou que o assassinato de “subversivos” continuasse sob o aval de Figueiredo. O documento veio a conhecimento público após divulgação na página pessoal da rede social do professor da FGV Matias Spektor, além de veiculado no blog de Marcelo Rubens Paiva, no Estadão. Confira na íntegra.
Segundo conta, os generais, Milton Tavares de Souza e Confucio Danton de Paula Avelino, do CIE, informaram a Geisel a execução sumária de 104 pessoas no Centro de Informações durante o governo Médici, bem como pediram autorização para prosseguirem com os assassinatos.
Geisel teria pedido tempo para pensar e no dia seguinte concordou com a política, sob duas condições: a primeira seria que os assassinatos deveriam ser “apenas de subversivos perigosos”, enquanto a segunda seria que João Batista Figueiredo deveria aprovar cada morte.