Imagem: Reprodução/Rede Globo
No gabinete do deputado federal e candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL), as mulheres ganham, em média, 31% menos que os homens. Os dados, que podem ser consultados no portal de transparência da Câmara Federal, demonstram que o salário dos secretários homens de Bolsonaro fica entre R$4.173 e R$15.022, enquanto a remuneração das funcionárias varia entre R$1.706 e R$10.088.
Na Câmara, cada deputado recebe cerca de R$106 mil para pagamento dos secretários parlamentares, cujos cargos são comissionados, ou seja, não estão subordinados à aprovação em concurso público. O salário de cada um pode variar entre R$980 e R$15.022, de acordo com o cargo, sendo prerrogativa de cada parlamentar definir o cargo ocupado por cada secretário. Na prática, isso quer dizer que dois assessores parlamentares podem ter atribuições similares, mesmo que ocupem cargos diferentes.
Apesar de serem abertos para consulta pública, os valores das remunerações dos funcionários do gabinete de Bolsonaro só ganharam os holofotes após discussão entre o presidenciável e os apresentadores do Jornal Nacional na noite da última quarta-feira, dia 29 de agosto.
Ao ser questionado sobre quais medidas adotaria como presidente para diminuir a disparidade salarial entre homens e mulheres, Bolsonaro afirmou que a lei já prevê a igualdade salarial, e que possíveis descumprimentos devem ser reportados ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
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“Eu não empregaria com o mesmo salário”
Em entrevista ao programa Superpop, da RedeTV, que foi ao ar em fevereiro de 2016, Jair Bolsonaro afirmou que, na iniciativa privada, é de livre arbítrio do empresário decidir contratar homens e mulheres com salários iguais ou diferentes. Ao ser questionado sobre isso, respondeu: “Eu não empregaria com o mesmo salário”. Em diversas ocasiões, Bolsonaro tentou desmentir a afirmação, mas a gravação do programa se encontra disponível na internet, confirmando sua fala.
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