Por Gabriel Prado
As eleições de outubro de 2018 foram marcadas por uma renovação política do Senado Federal que não era vista desde a redemocratização. As urnas refletiram o interesse de alteração dos quadros e rompimento com a velha política que foram conclamados nas ruas. Dentre os eleitos neste pleito, nove são estreantes na política nacional
Ligados principalmente às áreas de segurança pública e justiça, os novos senadores se elegeram com discurso relacionado à diminuição da criminalidade e favorável à moralização da política. Na próxima sexta-feira (01), dos 54 senadores que tomarão posse, 46 não estavam no Senado no ano passado, uma renovação histórica, de cerca de 85%.
Fabiano Contarato – Rede (ES)
Delegado de polícia e professor de direito, Contarato é o primeiro senador homossexual assumido do Brasil. Atuou na divisão de delitos de trânsito e foi corregedor-geral do Espírito Santo. Filho de motorista de ônibus e de uma dona de casa, o estreante capixaba é cristão praticante, contra a descriminalização do aborto e tem um filho adotivo de 4 anos.
Fabiano foi eleito com uma agenda ligada a violência urbana decorrente do trânsito, contra o apadrinhamento político e pela moralização da política. O político tem um discurso pela proteção do estado de serviços sociais e contra a reforma trabalhista.
Capitão Styvenson – Sem partido (RN)
Policial militar que ficou conhecido pela rigidez da aplicação da Lei Seca nas blitzes em Natal, autuando magistrados, autoridades, colegas de farda. Segurança e educação são apresentadas como prioridades. O Senador eleito em primeiro lugar nasceu no Acre e se mudou para Natal para estudar.
Abandonou na última quarta-feira (30) a Rede, partido pelo qual foi eleito. O coordenador da legenda no Rio Grande do Norte, Freitas Júnior, declarou que após as eleições, Styvenson não procurou mais o partido para discutir sua permanência, e então teria se desfiliado.
Alessandro Vieira – PPS (SE)
Delegado da polícia civil, Vieira foi eleito pela Rede e migrou para o PSS. Apresenta-se como favorável a reforma política como fim do fundo partidário, fim da reeleição. Nas mídias digitais se coloca contra a impunidade que seria manifestada no forma do foro privilegiado.
O senador é favorável ao porte de arma para o cidadão de bem. Acredita que falta uma política de segurança pública do estado devido o baixo efetivo no Estado.
Soraya Thronicke – PSL (MS)
Advogada e defensora do direito à propriedade privada, Soraya declarou que é “extremamente alinhada com toda a pauta do Bolsonaro” em entrevista à Rede Globo. Sendo também contrária à descriminalização do aborto e favorável ao armamento da população.
Defensora de um novo modelo de licitação, com seguradora para a pesquisa e investigação, o que seria a performance Bond que já é facultada pela legislação brasileira.
Sobre a pauta carcerária, a senadora propõe que o preso trabalhe para “custear o hotel”, que seria o presídio, indenizar a vítima e fazer uma poupança para seu saída. Segundo a proposta, o trabalho dos presidiários levariam em consideração a produtividade estipulada pelas empresas.
Selma Arruda – PSL (MT)
Selma é uma magistrada que se aposentou no ano passado após ganhar notoriedade por prender políticos no estado. Levantando a bandeira contra a corrupção a impunidade no país. Selma é contra a aposentadoria compulsória de magistrados e pretende trabalhar pela revisão do projeto de reforma de previdência.
Na dia 24 de janeiro, o TRE-MT desaprovou por unanimidade as contas da parlamentar por ausência de contrato com a empresa de publicidade da campanha. Ainda tramita um processo na justiça sobre o suposto caixa 2 pago pelo primeiro suplente Gilberto Eglair Possamai.
Oriovisto Guimarães – Podemos (PR)
Empresário e filho de políticos, nasceu no interior de São Paulo e esteve ativo na campanha de Álvaro Dias a presidência. Foi filiado durante 10 anos ao PSDB até 2018 quando se juntou ao Podemos e foi eleito. Guimarães foi o senador eleito mais rico do Brasil, com uma declaração patrimonial de 240 milhões de reais ao Tribunal Superior Eleitoral.
Favorável a reforma na política com o fim da reeleição, critica a atual carga tributária brasileira e acredita que os políticos brasileiros possui muitos privilégios. Defende que a reforma da previdência estabeleça medidas próximas a da iniciativa privada
Eduardo Girão – Pros (CE)
Empresário e ex-presidente do Fortaleza Esporte Clube, Girão fundou em 2004 a Associação Estação da Luz, entidade sem fins lucrativos de caráter social e de produções audiovisuais do cinema brasileira. Nas eleições de 2018 desbancou Eunício Prudente, atual presidente do Senado.
O senador pretende lutar contra a descriminalização do aborto e das drogas, favorável ao armamento da população e diminuição da carga tributária. Girão propõe a redução do número de deputados federais passando de 513 para 300, segundo ele a medida geraria uma economia de R$ 2 bilhões nas contas públicas.
Marcos do Val – PPS (ES)
O senador é um instrutor, consultor, palestrantes que já instruiu grupos de segurança pública renomados pelo mundo como a SWAT, FBI, DEA, U.S. Marshalls, o grupo anti-terrorismo da equipe de Operações Especiais da NASA. Ganhou notoriedade no país quando criticou em cadeia nacional a Polícia Militar de São Paulo pela atuação no caso trágico de Eloá Cristina.
Defende pautas ligadas a segurança pública, liderou a campanha “Não Reaja” para situações de violência, mas acredita que a posse de arma aumenta a sensação de segurança. É favorável ao aumento no número de presidiários e tem os Estados Unidos, maior população carcerário do mundo, como modelo.
Carlos Viana – PSD (MG)
Jornalista, radialista e apresentador de telejornal, Viana tem experiência em cobertura de jornalismo policial. Acredita que a reforma trabalhista foi um avanço e que a previdência precisa ser reforma, mas não no modelo apresentado pelo presidente Michel Temer.
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