Foto: Agência Câmera.
Fonte: Radioagência Nacional.
O número de candidatos para as eleições gerais de 2018 cresceu 6% em relação ao pleito de 2014. São 27 mil 841 candidatos para disputar as 1.654 vagas. Uma média de 16 por vaga. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
O perfil dos concorrentes é majoritariamente formado por homens, brancos, empresários, de classe alta, com ensino superior completo e de meia idade.
70% dos candidatos são homens contra 30% de mulheres; a discrepância na representatividade de gênero só não é maior porque este é o limite definido por lei, que prevê que 30% dos nomes das listas partidárias precisam ser de mulheres.
Em relação a cor, a maioria é formada por brancos: são 52% do total. Somam-se a estes mais 35% que se declaram pardos, totalizando 87% de candidatos que não se identificam com nenhuma minoria étnica. Apenas 10% se declaram pretos e ínfimos 129 candidatos se registraram como indígenas, o que representa menos de meio por cento das candidaturas.
Já em relação à ocupação, 10% dos candidatos são empresários. É a atividade mais registrada entre os inscritos para a eleição. Em seguida, vêm os advogados, que representam 6% do total. Em terceiro lugar estão os que registram a ocupação simplesmente como deputado, 4%.
Entre os partidos, o que mais registrou candidaturas foi o PSL, partido conservador de Bolsonaro, com 5% do total. O PSOL é o segundo com 4%. Vem na sequência o PT, o Patriota e o MDB. O PSDB, um dos maiores partidos do país, aparece em décimo segundo lugar no número de candidatos.
59% dos concorrentes têm entre 40 e 60 anos. 15% estão acima dos sessenta e 24% tem 39 anos ou menos.
Praticamente a metade, ou 49% dos postulantes a um cargo eletivo, tem o ensino superior completo. 28% afirmam ter ensino médio completo e 5% dizem ter ensino fundamental completo.
Representatividade baixa, renovação frustrada
Outro dado relevante é o fornecido por recente estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Paralamentar (Diap) que mostra que a maioria dos deputados que devem se eleger em 2018 serão políticos “de carreira”.
O estudo mostra que 79% dos 513 deputados federais tentarão a reeleição em outubro. A Projeção da entidade aponta que 75% deles devem conseguir se reeleger. O levantamento foi feito com base após o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na avaliação do analista político Neuriberg Dias, um dos autores do levantamento:
A expectativa e o sentimento da população por renovação na Casa serão frustrados neste pleito.
Segundo Dias, o alto índice dos que vão tentar novo mandato com a continuidade dos grupos políticos (bancada rural, empresarial, evangélica, da bala e de parentes) que já estão no poder traz o risco de que a próxima composição da Câmara seja mais conservadora que a atual.
O perfil do Congresso Nacional será mantido. Esses grupos (bancada rural, empresarial, evangélica, da bala e de parentes) detêm muitos seguidores e podemos ter até retrocessos.
Disse o analista político.
Além de emendas parlamentares, os que estão se recandidatando têm outras vantagens em relação a um novo candidato: nome e número conhecidos, bases eleitorais consolidadas, cabos eleitorais fiéis, acesso mais fácil aos veículos de comunicação, estrutura de campanha, com gabinete e pessoal à disposição, em Brasília e no estado.
O levantamento também indica que as mudanças na legislação que reduziram o tempo de campanha de 90 para 45 dias e do período eleitoral gratuito de 45 para 35 dias são outros dos motivos para a baixa renovação da Câmara.
As mudanças na legislação eleitoral com a criação do fundo eleitoral e a janela partidária (período no qual foi permitida a troca de partido sem perda de mandato) permitiram aos deputados e senadores negociarem melhores condições na disputa da reeleição, como prioridade no horário eleitoral e na destinação dos recursos do fundo eleitoral.
Avalia o Diap.
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